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BEIJO ROUBADO.
BEIJO ROUBADO.

Brasília, DF, 16 de junho de 2010.

 

Segurando nas rédeas do volante, da minha camionete possante, atravessei as super-quadras com o farol verde saudado pelo bater asas do pardal exibido. Mostrando o luminoso brilho da esmeralda para a pardal sua companheira, que aceita a corte do namorado, tudo para ficar ao seu lado. Não importa se o bico fique machucado, ela gostou. Foi um bom resultado.

Assim de relance eu vi, vendo aquele pardal eu sorri, alegre guiei até o centro, onde encontrei você sorrindo, sentindo, porém preocupada com a selva de pedra, com os olhares dos pardais que não batem asas e nem cantam, simplesmente filmam, são invejosos e calculistas. Tudo naquele estacionamento te deixou pouco a vontade, apesar da saudade, das tuas fugas e escapadas. É a resistência que gera insistência e carência. Como fugir ou escapar do destino que já foi consumado em nossos sonhos, pensamentos e sentimentos. Entre trancos e barrancos, construímos o nosso futuro, com a alavancada do acaso, apoiada pelas coincidências que não mentem nunca, sobre o nosso encontro marcado, Esse é o achado.

O beijo por mim roubado vi você corar as belas maçãs das faces do seu rosto, de imediato imaginei lindas, penduradas no galho da macieira, num belo dia ensolarado, prontas para serem colhidas, vi seus lindos olhos pertinho, apesar de as vezes você se esguelhar, tentando esconder seus sentimentos. Peguei na sua mão intuitivamente você apertou-me suavemente, pude sentir a sutileza e o fogo da paixão. Entendi suas lágrimas na hora, tudo aconteceu sem demora, então meu ar impregnado de emoção se espalhou ao redor do seu fogo que me ascendeu. Quando lhe dei o presente, você recebeu, agradeceu emocionada. Porém, Preocupada você se conteve, porque do alto, sob os olhares de invejosos à espreita, a nos comer vivos; Mas não esquente! São as medalhas e troféus que conquistamos com nosso bem querer. Sei que não vai esquecer, menina o amor venceu. Neste meio dia de sol a pino, o sentimento era de bem, o tom de sua voz branda como sempre é melodiosa suas palavras afetuosas.

Assim penetraram em minha mente, como se tivesse curando a minha alma. Então como poderei não lembrar o seu modo de falar delicado, principalmente quando você me agradece,  aciona em mim a paciência mesmo estando impaciente. Vejo, mais uma vez que seu coração é gracioso porque sabe ser bondosa mesmo quando esta com raiva e com vontade de revidar; exercita a paciência quando deveria ser impaciente, é delicada quando dou motivos para me agredir com palavras duras, você simplesmente me critica gentilmente e me fornece uma reconciliação mais forte. Ah! Você também manifesta no dia a dia tudo isso de coração, sem esperar nada em troca, porque trás contigo a honradez e a graciosidade. Não sei mais o que fazer, vou esperar a coisa acontecer, somos dois em um único SER. Louvemos o bem querer que a sua beleza e a minha grandeza vão agradecer.


 

terça-feira, 22 de junho de 2010

Afinidades- Arthur da Távola

 

A afinidade é um dos poucos sentimentos que resistem ao tempo e ao depois. A afinidade não é o mais brilhante, mas o mais sutil, delicado e penetrante dos sentimentos. É o mais independente também. Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos, as distâncias, as impossibilidades. Quando há afinidade, qualquer reencontro retoma a relação, o diálogo, a conversa, o afeto no exato ponto em que foi. Ter afinidade é muito raro.Mas, quando existe não precisa de códigos verbais para se manifestar. Existia antes do conhecimento, irradia durante e permanece depois que as pessoas deixaram de estar juntas. Afinidade é ficar longe pensando parecido a respeito dos mesmos fatos que impressionam, comovem ou mobilizam. É ficar conversando sem trocar palavras. É receber o que vem do outro com aceitação anterior ao entendimento. Afinidade é sentir com, Não é sentir contra, Nem sentir para, Nem sentir por, Nem sentir pelo. Quanta gente ama loucamente,mas sente contra o ser amado. Quantos amam e sentem para o ser amado, não para eles próprios.Sentir com é não ter necessidade de explicar o que está sentindo. É olhar e perceber.É mais calar do que falar, ou, quando é falar, jamais explicar: apenas afirmar...Afinidade é ter perdas semelhantes e iguais esperanças. É conversar no silêncio, tanto nas possibilidades exercidas quanto das impossibilidades. Afinidade é retomar a relação no ponto em que parou sem lamentar o tempo de separação.Porque tempo e separação nunca existiram. Foram apenas oportunidades dadas (tiradas) pela vida.para que a maturação comum pudesse se dar. E para que cada pessoa pudesse e possa ser, cada vez mais a expressão do outros sob a forma ampliada do eu individual aprimorado