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OS REMÉDIOS DO AMOR
OS REMÉDIOS DO AMOR

        OS REMÉDIOS DO AMOR E O AMOR SEM REMÉDIO[1]

Sabendo Jesus que era chegada a sua hora “de passar”[2] “deste mundo ao Pai”[3], “como tinha amado”[4] “os seus que estavam no mundo”[5], Amou-os até o fim. (Jo 13,1)

O Padre Antônio Vieira receita os quatro remédios para as dores da arte de amar: a ausência, a melhoria do objeto do amor, o tempo, e sobretudo a ingratidão e comentou o amor de Deus que é o amor sem remédio, a ausência cura a desconfiança, o desapontamento e o desinteresse do parceiro quando do estado de conforto proporcionados pelas emoções já chegam ao auge use a ausência como forma de manter o seduzido caminhando sobre brasas. A ausência jamais esfriará o amor, por tratar-se de forças de vontade.

A morte é a ausência definitiva, o amor carnal acaba aqui.

A falta de comunicação é o principal sintoma da dor da ausência (afastando, fugas e indecisão), podendo apartar os corpos que se atraem, porém, jamais dividirão dois corações carregados de paixão. A ausência pode impedir a vista de ver, o ouvido de ouvir, a boca de falar, e outras expressões não verbais como a fisiologia mostrada pela linguagem corporal e tom de voz confirmando a sintonia de dar e receber informações. Mas pode crer não esfriará o amor.

E o amor divino aqueceu com a ausência pela morte do salvador Jesus. Deu unidade de pensamento e transformou a religião Cristã numa das maiores do mundo, jamais o amor do divino amante esteve ausente. A comunicação perfeita através da comunhão com Deus, Jesus é onipresente.

O tempo desgasta, mas o amor cura, tudo acaba. A Lei da Gravidade faz tudo cair e descer com tempo. Tudo cura o tempo. A lição que devemos aprender com o tempo: - É o tempo que o bambu chinês demora para crescer e se desenvolver. Fica cravando em nossas mentes a flexibilidade que dobra e verga, mas não quebra e mantém-se em pé com seus 25 metros de altura. A semente ficou plantada no solo por cinco anos praticamente sem crescer. Quando de repente no 5º ano passa de um palmo para até 25 metros. E assim se mantém indefinidamente.

Para ver o crescimento é preciso persistência. Na espera do desenvolvimento de suas raízes, que é fundação perfeita, que responderá com sucesso garantido quando a força da ventania, bater na touceira, vergará, dobrará, balançara.

Mas não quebrará, não arrancará, não ficará arqueada. Sobreviverá sem nenhum dano contra-atacando com sua flexibilidade. Portanto o tempo além de curar pelo amor.

Nos presenteia com a persistência e flexibilidade. Vedes que amor rígido e inflexível não existe. E persistência no amor é o sucesso na capacidade de amar.

“Quem sabe faz a hora não espera acontecer” – Geraldo Vandré. E o amor divino é atemporal. A melhoria do objeto que Ovídio fala em a arte de amar. É o velho ditado que dez amor com amor se paga. Aqui entra a cura pelo ciúme é o despertar do interesse pela qualidade do ser amado. Só se ama quem é interessante e interessa aos outros. Prova de que  objeto de desejo, por outrem o interesse de quem estamos querendo amar está garantido. Pois, não suporta perder a outrem no amor. Um triângulo amoroso acelera a decisão porque fornece a aparência de ser o melhor objeto de desejo. Porque tudo é uma questão de vaidade, ser o objeto preferido. Faça com que o ser amado afaste admiradores criando uma aura de objeto de desejo – de ser querido e cortejado por muitos fãs. As pessoas em gerar se, sentem atraídas por alguém que reúne gente que despertou interesse.

O amor sem remédio é o amor do pai (criador). Que é movido pela fé invisível. Atemporal. Onipresente e onipotente. O amor do filho pelo pai é infinito e eterno. É o amor afinidade, harmonia e cooperações mútuas. É o amor verdadeiro.

A ingratidão é remédio mais violento na arte de amar. É o perigo do clímax do relacionamento, o tempo já fez a novidade. Qualquer coisa usada perde o valor se não houver manutenção. A manutenção do amor está na criação de sofrimento e conflito com a demonstração de pouca afeição o delito está formando. Assim a ingratidão tira o motivo para amar determinada pessoal. A ingratidão esta para o amor, assim como o vento está para o fogo: se o fogo é pequeno apago o vento; se é grande. Reascende mais...

O amor de Cristo ao receber ingratidão não diminuiu, o acresceu em vez de aborrecer, odiar, foi motivo para mais amar.

A ingratidão cria sofrimentos e conflitos, porém, a reconciliação pelo perdão o amor vem mais forte, a maior das doenças do amor é viver no estado de não-perdão. Sinais de alergias  dão o alarme:

- a tristeza que causa câncer; e

- os abusos que diminuem a duração da vida com vícios e dependências física e psíquicas que inserem no corpo e alma do indivíduo.

Saiba que o amor é o único, auto-consciente, responsável, liberal e capaz de afinidade, harmonia e cooperação entre seres de diversas espécies.

Para acelerar os atributos que o amor desperta use a comunicação em substituição a ausência, que um dia acontecerá. Custe o que custar, ninguém mudará este destino, a verdade chegará. A ausência definitiva é a ausência que a morte traz. É a eterna saudade. Pranteada na sua partida e alegrada comemorada na chegada junto ao Pai. Comemorada porque houve melhora no objeto de desejo do amor.

Para cura do amor tome os remédios do tempo, da relatividade de Albert Einstein; da ausência e presença da comunicação dos elétrons ao acaso da energia subatômica; da ingratidão que motiva o cérebro quântico a sincronicidade que as coincidências fazem os elétrons chocarem-se, explodirem em amor para iluminar as trevas, transmutando-se choques em amor. E finalmente a melhora do objeto que a energia quântica fornece invisivelmente pela força de atração chamada fé. Fé em Deus! Fé no firmamento. Fé no infinito. A maior força do universo. Assim, Deus é amor. É energia. E é força.

Refiro-me ao tempo, à ausência, a ingratidão e a melhoria do objeto como os remédios da arte de amar. É o amor do Filho ao Pai, e vice-versa é o amor de Deus. É o amor por excelência sem remédio. Pois, é o amor que não adoece nunca.

Amem! Amem muito mesmo! Só o amor vale a pena. Daí-me vossa graça, Ave Maria. Amém.

 



[1] Sermão do mandato, pregado pelo Padre Antonio Vieira, em Lisboa, no Hospital Real, ano de 1643.

[2] Ausência: Dor da saudade.

[3] Melhoria do objeto: amor com outro amor se paga

[4] Tempo: Desgaste do amor

[5] Ingratidão: maior delito, pois acaba com a afeição.